16 novembro 2016

Policiais acusados de matar delegado em Nova Jaguaribara estão sendo julgados

O 2º Tribunal do Júri de Fortaleza está realizando, nesta segunda-feira (14/11), o julgamento dos réus Georges Aubert dos Santos Freitas e Antônio Wanderlon de Sousa, acusados de homicídio duplamente qualificado por retardar atendimento médico ao delegado da Polícia Civil Jorge Ferreira Mendes, ferido gravemente durante discussão, em Nova Jaguaribara.
A sessão, que teve início às 14h, está sendo presidida pelo juiz Henrique Jorge Holanda Silveira, titular da 2ª Vara do Júri. Já foram ouvidos os dois réus e duas testemunhas de defesa. A previsão é que o julgamento seja concluído por volta das 21h.
A acusação está sendo patrocinada pelo promotor de Justiça Oscar Stefano Fiorante Júnior e pelo assistente de acusação Antônio Ferreira Mendes. Já a defesa está a cargo dos advogados Pedro Ferreira Freitas, José Sérgio Dantas Lopes e Messias Bezerra.
A ação tramitou inicialmente na Vara Única da Comarca de Jaguaribe quando, em abril de 2009, os réus foram pronunciados pelo crime de homicídio duplamente qualificado (meio cruel e por emboscada).
Em setembro de 2015, alegando dúvida em relação à imparcialidade dos jurados do Conselho de Sentença da Vara, além da repercussão do caso e a influência social e econômica dos familiares da vítima no município, Georges Aubert entrou com pedido de desaforamento no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). A solicitação foi concedida por unanimidade pelos membros das Câmaras Criminais Reunidas, determinando o desaforamento do julgamento para a Comarca de Fortaleza.
O CASO
De acordo com denúncia do Ministério Público do Ceará (MP/CE), às 2h da manhã do dia 4 de julho de 2004, Jorge Ferreira Mendes estava em uma vaquejada no município de Nova Jaguaribara, quando foi abordado pelo então tenente da Polícia Militar Georges Aubert. Junto dele estavam mais cinco PMs.
O acusado passou a ofender a vítima que, perdendo a calma, sacou a arma e disparou em direção ao militar, atingindo-o no braço direito. Em seguida, iniciou-se um tiroteio no qual o delegado foi atingido com três disparos. O motivo da discussão seria a forma autoritária com que o tenente atuou, durante operação policial, agredindo verbal e fisicamente um amigo de Jorge, tendo ele tomado medidas legais contra o PM e dado entrevista à Rádio Jaguaribe FM sobre o assunto.
O delegado foi levado algemado para o hospital na traseira de viatura da PM dirigida por Antônio Wanderlon. De acordo com testemunha, que foi presa por tentar impedir a ação dos policiais, o veículo foi conduzido vagarosamente até o Hospital Municipal de Jaguaribe, onde eles ainda ficaram dentro do veículo por 40 minutos.
Ao ser levado finalmente para a emergência, os policiais que lá se encontravam passaram 20 minutos tentando abrir as algemas, não podendo a vítima ser atendida até que estivesse com as mãos livres. Devido a demora do atendimento médico, Jorge Mendes não resistiu aos ferimentos e faleceu às 4h30 da manhã. Os acusados foram denunciados por homicídio duplamente qualificado por retardar o atendimento médico da vítima.
Fonte: TJCE

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